O Sotaques do Choro apresenta em Pelotas nesta terça-feira (12) o documentário Plauto, um sopro musical. O objetivo é levar aos apreciadores do choro um momento único, que une essa música tipicamente brasileira com o cinema. A sessão, que ocorrerá no CineArt, às 19h, terá diferentes momentos, o início com um show com Núcleo de Pesquisa em Choro da UFPel, seguido de bate-papo e da exibição do filme musical sobre o grande flautista gaúcho Plauto Cruz. Ingressos a R$10,00 à venda antecipadamente pelo site Sympla.

A diretora da Lança Filmes, distribuidora responsável pelo Sotaques do Choro, Daniela Gouveia Menegoto, conta que o projeto se iniciou em janeiro em Salvador. A proposta de circulação é chegar a 21 municípios brasileiros, promovendo esse encontro entre os chorões e o documentário. "A nossa ideia principal é conversar com os admiradores da música do choro sobre esses sotaques regionais que a música tem. O Brasil é um país muito grande e o choro é uma grande forma de manter a nossa cultura viva e ver o que cada cidade tem nesse aspecto", explica.

Em cada uma dessas cidades um grupo de chorinho ou de músicos é convidado para tocar um repertório de clássicos deste gênero na sala de cinema, além de composições daquela região. Antes da exibição do longa, é feito um rápido bate-papo sobre esse regionalismo. "Pelotas é bem interessante porque tem uma cena muito forte do choro", comenta.

Esta edição do terá ainda uma motivação a mais, a elevação do gênero a Patrimônio Cultural do país. No dia 29 de fevereiro o Choro foi reconhecido por unanimidade pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, presidido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), como parte da cultura e história brasileiras.

Era de Ouro do Rádio

A inspiração do projeto surgiu da própria história de Plauto Cruz (1929 - 2017), um dos mais importantes flautistas do choro no Brasil. Mestre da flauta, iniciou a carreira na Era de Ouro do Rádio, acompanhando nomes como Ângela Maria, Orlando Silva, Elis Regina, Lupicínio Rodrigues, Carlos Galhardo, Nelson Gonçalves e Sílvio Caldas. "Plauto fez uma carreira muito regional, mas tocou com grandes músicos, então as pessoas que não estão ligadas no choro mesmo, acabam não conhecendo o Plauto, mas quando eles assistem ao filme percebem que realmente o conhecem", fala a diretora.

A direção é de Rodrigo Portela, com roteiro de Márcio Schoenardie e produção de Carlos Peralta. O documentário da Guarujá Produções usa elementos de ficção e musical, entrelaçando arquivos históricos com cenas ficcionais que reconstituem a notável jornada musical de mais de 40 discos gravados e 60 prêmios em festivais como flautista e compositor e depoimentos do próprio músico, colhidos pouco antes da sua morte em 2017. "O filme tem depoimentos de grandes músicos, como Yamandú Costa, Renato Borghetti e Ique Gomes, entre outros. Inclusive, quem escreveu um livro sobre Plauto foi o jornalista Kenny Braga, que dá um depoimento no filme", fala Daniela.

A obra estreou no Festival de Gramado em 2019, porém com a pandemia, a exibição nas salas de cinema foi adiada. "O filme foi lançado em outubro do ano passado no circuito tradicional de cinema."

Daniela conta que a Lança sentiu uma certa dificuldade em fazer o documentário circular, especialmente nas regiões do nordeste e norte. "Existe uma certa burocracia para fazer o filme em cartaz, aí a gente criou esse projeto para proporcionar uma experiência nova e trazer o público para o cinema", diz.

Hoje também ocorrerão exibições em Barbacena e Betim. Na quarta-feira o projeto estará em Porto Alegre, Rio de Janeiro e Brasília. Maceió, capital alagoana, receberá o Sotaques do Choro na quinta-feira. Mais informações em https://www.lancafilmes.com.br/.

Serviço
O quê: Sotaques do Choro em Pelotas - show com Núcleo de Pesquisa em Choro da UFPel mais exibição do filme Plauto Cruz
Quando: terça-feira (12), às 19h
Onde: CineArt, calçadão da Andrade Neves, 1.934
Ingressos: R$ 10,00, à venda antecipadamente online pelo site Sympla